Uns amigos alugaram uma chácara e organizaram uma festa dessas que pega o comecinho da noite e só acaba quando todo mundo já "morreu" rss
E la fui eu, festar. Eles passaram em casa pra me pegar, umas 10 pessoas dentro do carro, todo mundo esmagado, uns sentados no colo dos outros, outro deitado por cima, eu no banco da frente com mais 2, e nem conseguia sequer ver quem estava atras.
Mas a voz dele me ganhou por inteira. De imediato. Não sei nem como explicar.
No meio da bagunça, ele falou alguma coisa sobre o caminho, a banda, as brejas, eu só senti a voz dele vibrar dentro de mim.
E de alguma forma, sei que ele sentiu o mesmo.
Chegamos na chácara, descemos do carro, e só entao olhamos um pro outro e nos apresentamos.
Alto, negro, sorriso largo, maos quentes e firmes, cabelos longos e cheios de dreads. Meu coração disparou e o ar me faltou quando nossos olhares se cruzaram. Como se nossas almas e nossos corpos já se conhecessem de outra vida.
E numa estranha e perfeita sintonia sorrimos um para o outro. Mas era tanta gente em volta, tanta coisa pra carregar, descarregar, arrumar, a festa que estava pra começar... lá fomos nós, cada um pro seu lado.
Banda tocando, ar livre da montanha, brejas e caipirinhas rolando, e vez ou outra nossos olhares se cruzavam, aquela "tensão-tesão" só crescendo.
Nem sei quanto bebemos, rimos, cantamos e nos divertimos. Só sei que já estava amanhecendo quando entramos no carro pra ir embora pra casa.
Ele sentou perto da janela, e eu nem sei como, me aninhei no colo dele, abraçada ao seu pescoço, o mais junto possivel, já que o carro estava lotado novamente.
Eu sentia o calor da pele dele, sentia o coração dele disparando cada vez que meu corpo se apertava contra o dele com os chacoalhoes do carro, e não sei se fui eu que não resisti ou se foi ele, só sei que meu corpo inteiro se entregou naquele beijo, quente, macio, molhado.
Me senti em êxtase, nua e entregue, sem ter tirado uma peça de roupa sequer.
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